Pesquisar este blog

Deixe sua impressão sobre o Diário do Beagle UK

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Oxford


01.11.2012 -


Acho que fiquei devendo um último post neste diário. Algo que possa fechar e concluir a ideia que foi lançada há mais de um ano. Para quem acompanhou um pouco da história, sabe que esse estágio teve altos e baixos, ganhos e perdas. Mas no geral foi so f... awesome! Hahaha.

Viajei como nunca antes na vida, foram muitos os países, muitas as cidades. Parafraseando a língua inglesa, “museei” até as costas e os pés não aguentarem mais. Registrei esses momentos na memória e em exatas 8884 fotos! Foram mais de 28.535,707 kilometros em voos e andanças! Agora já sou “rodado” hehehe.

Os ganhos acadêmicos foram além do que eu imaginava e podia prever. Como disse um inglês eu fui um “fucking lucky bastard”. No entanto, nem só de papers vive um pós-graduando. Conheci pessoas, fiz amigos. Pessoas que levarei no peito para onde for, e que estou ansioso para reencontrá-las.

É quando estamos longe das pessoas que amamos, longe de qualquer segurança que tínhamos que percebemos que nada na vida importa mais, a não ser as pessoas que temos ao nosso redor.


Aprendi a gostar muito do UK, Oxford, London e de toda a Europa. Porém, as coisas na são tão perfeitas assim, não como ouvi falar pelo menos. A Europa também tem problemas, talvez o mais significativo seja a falta de calorosidade entre as pessoas, elas falam de chá, do tempo, dos animais, mas não falam de si próprias. E quando chegam ao ponto de não suportar mais o isolamento, elas desabam na primeira demonstração de afeto.

Foi lá que descobri que o nosso país é muito rico, não em minérios, nem tanto em florestas e na biodiversidade, mas é rico em pessoas. Sem ser piegas ou nacionalista! 

Apesar disso, não posso reclamar de como fui bem recebido pelos europeus, e ingleses, em especial. Apesar dos estereótipos de serem extremamente formais, e do chá das 17h etc. Os ingleses são engraçados, são muito educados, e eu espero ter voltado mais educado também!

Obrigado a quem leu o blog, curtiu e comentou. O blog teve 1027 visualizações em 4 continentes! Então posso dizer que foi um sucesso mundial hahaha.

 Essa coisa de escrever as experiências me animou a escrever mais, fotografar mais, estou com certeza mudado como pessoa pelas experiências que vive e pelas pessoas que conheci. Outras histórias virão e que 2013 seja tão bom quanto ou melhor!

Cheers!!!


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Amsterdam



11.10.12 – Com certeza essa foi a última viagem pela Europa antes de voltar pra casa. Amsterdam, definitivamente não estava nos meus planos, mas com certeza foi uma viagens que mais valeu à pena. Primeiro que não pude reencontrar o Giovanni na Alemanha, como havíamos planejado, segundo pelo preço especial da passagem, hehe.

Se me perguntarem, o que eu fiz em Amsterdam, eu direi que não fiz nada demais. “Apenas” aproveitei a companhia de um grande amigo, com direito a boas risadas, cervejas, narguilê e muitas caminhadas pelos canais de cidade.

Surpreendentemente, Amsterdam é repleta de canais, tal qual Veneza. As barragens construídas para proteger os Países Baixos, fizeram de sua capital, e quem sabe de muitas outras no país, uma ilha em meio aos canais. Talvez a melhor expressão disso seria dizer que na verdade Amsterdam são várias ilhas em meio aos canais. Mesmo com o tempo ruim, não tem como não se apaixonar pelas suas ruas que em um momento ou outro terminam num canal, onde você pode sentar, conversar e bater uma linda fotografia.


 É estranho ver o metrô sobre a terra, ao invés de sob ela. Isso pode causar alguns sustos quando eles aparecem do nada buzinando na via pública para que você saia da frente. E sendo bem sincero, é melhor você ser bem rápido nisso. Se você conseguir escapar ileso do metrô, cuidado pra não ser atropelado por um ciclista, eles também aparecem magicamente no seu caminho aos milhares, buzinando e você simplesmente não sabe pra onde correr!


Sim, eu visitei a Red Light District, haha. Como deixar de ir ao ponto turístico mais famoso? Fiquei surpreso com a clareza do negócio. Apesar de que a prostituição, mesmo lá tem seus problemas, eu achei uma coisa honesta a prostituição não ser relegada às periferias, com maior risco para as profissionais (lembrem-se que lá elas são legalizadas e tem direitos e deveres!). Enfim, essa transparência pública me fez admirar os holandeses.

Ao final ainda revi dois amigos, Hans e Moritz, que juntamente com Giovanni e eu tivemos um excelente sábado e domingo. Atípica como é conhecida, Amsterdam me convidou também a uma viagem atípica, sem pressa, sem museus, apenas o prazer de desfrutar da companhia dos amigos e esperar o tempo passar.
Esse mesmo tempo que está passando agora que me faz refletir sobre tudo que tenho feito aqui. Esse tempo que está acabando, esse tempo que está chegando.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Por supuesto

A percepção da passagem do tempo é uma coisa engraçada. Por meses, eu reclamo, e vocês sabem muito bem disso, que eu sinto falta das pessoas que estão no Brasil. Mas quando vi a Keila na Calle de La Cruz, no centro de Madrid, parecia que a tinha visto ontem (no aeroporto de Belém, me dando adeus).
Com um sorriso enorme no rosto, nos abraçamos muito felizes, pois apesar da loucura da percepção, de fato, eu sentia muita falta dela, assim como ainda sinto dos demais. Uma vez que a Keila embarcou no Beagle UK, eu me senti mais feliz para explorar um novo país.



Madrid, roubou meu coração. É no meu ponto de vista a mais linda capital que já visitei, toda a sua arquitetura e detalhes, e flores, e calor, foram convidativos a se apaixonar pela capital espanhola. Sim, e graças a essa viagem, pela Espanha, eu pude sentir calor de verdade e verão de verdade, até suei! Muito embora, a Keila estivesse morrendo de frio com 21 graus.

Andamos, passeamos, visitamos museus, e conversamos deitados na grama das praças. Comemos os deliciosos Kebabs e Pizza Turca, que eu tanto amo, e lamento não ter Pizza Turca em Oxford! Sim, comemos a famosa Paella, mas não achamos lá grande coisa. Os Tapas (famosos "lanches" espanhóis) vão num tapa, são caros e não dão nem pro buraco do dente!

Mas como tudo que é bom dura pouco, a Keila teve que voltar. E eu tinha mais chão (ou mais ar pela frente). Fiz um passeio rápido por Toledo, que fica apenas a 1h de Madrid. Ô cidade linda, pequena, mas linda. Parece um pedaço da história que ficou ali preservado, e em outra dimensão, do mesmo jeito que Ouro Preto, do mesmo jeito que Oxford. As fotos ficaram incríveis, eu não pude visitar tudo, pois o bom é fazer o passeio a pé, e os meus estavam me matando.
Depois disso, 1h de voo até Barcelona. E que outra cidade maravilhosa! O Rio que me perdoe, pois eu nunca estive lá, mas Barcelona merece ser maravilhosa também. Devo dizer que passei um pouco de fome lá, não por falta de grana, mas porque os europeus e geral comem pouco se comparados com o caboclo paraense, lá então! Só tinha frutos do mar, os quais eu sou proíbido de comer pelas minhas alergias. Bem que eu fiquei tentado, eram tão bonitos, mas ter uma reação alérgica e não ter ninguém pra olhar por mim, seria arriscado demais.
E o Mediterrâneo?! Que mar verde cor de esmeralda mais lindo, mais impressionante! Água geladinha, porém suportável, areia nem fina nem grossa, repleta de pequenas conchas, das quais eu trouxe duas amostras comigo. Cidade limpa e bem organizada.

Talvez o único ponto negativo das estadias em Madrid e Barcelona foram a fato de não poder dormir direito. Tivemos, Keila e eu, a sorte ou azar de nos hospedar nos centros das duas cidades. Logo, a agitação noturna era infernal. Em Madrid estávamos hospedados em frente a duas boates! Logo a baixo na rua haviam mais três! Os usuários da Canabis sattiva gosavam de fumar a erva embaixo da minha janela em Barcelona, os bêbados gritavam. Acho que acabei ficando noiado com a fumaça alheia e por conta disso caí no banheiro do hotel, kkkkkkkkkkkkkkkkk.

A Espanha superou todas as minhas expectativas, ruas limpas, sinalizadas, segurança em todos os lugares. Pessoas prestativas e sorridentes (mesmo que nem todas fossem tão pacientes, especialmente com um caboclo querendo ser inglês, no bom sentido, hehehe). O metrô de Madrid e Barcelona sempre cheio de artistas de rua, tocando um insrumento, cantando, dão de 10 a 0 em muitos "artistas" de barzinhos em Belém, acho que temos que importar o cover. Além de tudo, bem sinalizado, organizado, muito diferente do metrô e trens da Alemanha, que são confusos demais até pros próprios alemães!
Fiquei muito feliz com essa viagem, e não fiquei com a impressão que a Espanha é esse país desorganizado, como os primos ricos deixam escapar por aí. A Itália também não me deixou essa impressão. E pra ser bem sincero, gostei mais foi dos nossos amigos latinos, mais calorosos, mais receptivos, mais sorridentes, mais a cara do nosso Brasil.














Não posso me furtar em dizer que também achei os espanhóis muito parecidos conosco, na aparência e no vestuário. Parecia até que eu estava no Brasil, mas um Brasil mais limpo e organizado. A sensação de familiaridade era tanta que chegando lá eu começei a falar um espanhol que eu nunca aprendi. Quando não funcionava, eu mudava automaticamente pro Inglês, quando eles não entendiam, eu me pegava tentando falar em italiano, e por fim quando a Babel estava instalada, eu falava português!


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Strassa allee




20.07.2012 – As palavras significam estrada e avenida, traduzindo pro português, não que eu esteja aprendendo alemãs, mas o básico eu tinha que saber.

Para fazer um break entre uma análise e outra, voltei à Alemanha por alguns dias. Muito trabalho na cabeça e uma viagem que estava sendo planejada por 3 meses no mínimo, caiu bem a calhar nesse verão chuvoso!

Entre Oxford e Berlin, foram 6h de viagem, contando desde a saída de casa até o destino final. É isso o que dá morar no interior, countryside boy. Exausto e com sono, entrei no trem e sentei num banco, esperando pacientemente pela minha estação. No meio do caminho, um cobrador de ticket (as pessoas entram no trem sem identificar o ticket) entrou e começou a pedir os tickets da galera. Feliz e contente por tem comprado meu ticket, mostrei a ele, e pra minha surpresa ele disse que não estava validado... Eu perguntei como poderia fazer isso. Ele respondeu dizendo que não podia ser feito, era pra ter sido feito antes da entrada no trem. Eu perguntei pra ele se era possível comprar outro ticket com ele na maquininha que ele carregava. Ele respondeu que não. Acrescentou dizendo que eu deveria pagar € 40,00...ou entregar-lhe meu passaporte...É claro que com o inglês complicado que ele falava a conversa não foi tão fácil assim, e nem mesmo estava disposto a entregar meu passaporte a um desconhecido. Mas pagar € 40,00...Enfim, depois de muitas perguntas e tentativas de encontrar outra solução, tive que desembolsar a grana em cash.


Passado o susto, e ter encontrado o Pee, tive que alimentar o bichano que habita meu estomago, o Thorndike, para quem não conhece. Devorei um galeto com salada, nunca pensei que comeria um galeto em Berlin! Barriga cheia, umas duas horas de sono e fui a uns dos momentos mais desafiadores de se estar em outro país com outra língua, ir ao supermercado. Quase confundo uma caixa de creme de leite com leite comum...


O objetivo principal da viagem era rever o Giovanni que se mudou pra Amsterdam, e que, portanto, não dividiríamos mais o apê em Belém. De quebra visitaríamos o Moritz e exploraríamos a Alemanha. No entanto, só depois de ter chegado é que descobri que o Giovanni não poderia viajar porque tinha se adoentado...O que fazer agora sem o meu companheiro de viagem??? Um plano que estava sendo idealizado havia meses. Mas, estava em Berlin e tinha que aproveitar. Conheci a Galeria do Lado Oeste (East Side Gallery ou simplesmente Muro de Berlin) e os Museus do Judaísmo, Charlie Check Point, Bode, da História de Berlin, do Holocausto, todos muito impressionantes, pra não dizer que o museu do Judaísmo nos deixa emocionados. São inúmeras as cartas incompletas deixadas pelos judeus. Cartas que nunca foram terminadas em virtude dos seus escritores terem sido interrompidos e sequestrados pela GESTAPO.

Depois de inúmeros passeios, chegou a hora de visitar o Moritz em Osnabrück, ao norte da Alemanha. Por meio de sistema muito bacana de contatos via internet, pessoas que estão viajando de carro publicam isso na página e pessoas sem carro (querendo fugir dos altos preços de trem) as contatam para dividirem a gasolina! Moritz organizou tudo pra mim, e assim peguei o carro do Nils, um publicitário que falava mais que pobre na chuva. Esse cidadão conseguiu falar as 5h de viagem entre Berlin e Osnabrück. Simplesmente, algo que um professor, como eu inveja profundamente.

No destino, Moritz e Chisato me recebem calorosamente. Como da última vez, Moritz vestia a camisa do Pará. Tive a honra também de abrir um casco de castanha que ele trouxe de Belém, e degustar desse sabor único do minha terra. Pra terminar a noite, na rádio local tocou “Boa Sorte” de Vanessa da Mata e Ben Harper \o/. Agradeci à Vanessa e ao Ben pelos votos, e desde então a maré resolveu ficar boa e soprar bons ventos depois de alguns percalços. No dia seguinte fomos dar uma volta pela cidade e conhecer a charmosa Universität Osnabrück, onde tirei lindas fotos da sua fonte e do parque.

No último dia de viagem, pegamos um trem em direção à Köln. No meio do caminho fizemos uma paradinha pra o Mortiz visitar seus avós, um casal de velhinhos muito simpáticos e engraçados. Rimos demais mesmo sem nos entender muito, uma vez que o inglês deles é limitado e o meu alemão é inexistente. Eles me fizeram lembrar do meu avô Gumercindo. Fiquei levemente nostálgico, saudoso.


A chuva era implacável, com alguns intervalos de céu nublado. A primeira coisa que se vê ao chegar na cidade é a imensa Catedral gótica que fica ao lado da estação de trem. Com mais de 157 metros de altitude e muitas torres, mais parece um desenho na fotografia. Ela, segundo Moritz é a segunda maior catedral católica do mundo, só perdendo pra Basílica de São Pedro, em Roma. Levou nada mais nada menos que 700 anos pra ser concluída, finalmente no século XIX, com o esforço de muitos príncipes alemães. A catedral é famosa também não só pelo seu monumental tamanho e beleza única, mas por acreditarem abrigar os restos mortais dos 3 reis magos que visitaram Jesus de Nazaré após seu nascimento.

Estávamos famintos (o Moritz vive assim, foi apelidado de Menino do Buchão pelo Giovanni, logo por quem...), então decidimos comer algo tipicamente alemão, o famoso Haxe (perna de porco) com sauerkraut (chucrute). Quase tive um fastio de tanta comida, boa, porém pra duas pessoas, não teve Júnior que aguentasse isso.


É apesar de ter curtido bastante, de ter me divertido com as brincadeiras do Moritz, o Giovanni fez falta. Com certeza, se ele tivesse lá, tudo teria sido mil vezes melhor. Fica pra próxima Gigio! Te espero em Oxford e London =)


domingo, 1 de julho de 2012

Acabou o Trinity...


01.07.12 - Acabou o Trinity, o último trimestre da Universidade. Chegou o verão, temperaturas mais amenas, um pouquinho mais de umidade que transparece e transpira à pele. A impressão que tive foi que o Trinity passou mais rápido que os demais, talvez pelo fato de estar na segunda metade do estágio. Talvez pelo fato de ter recebido amigos na cidade, e ter conhecido mais brasileiros. A vida social parece fazer o tempo passar, enquanto a acadêmica prefere se manter agarrada a ele.


Maio e Junho foram meses difíceis, os mais difíceis de todos até agora. Uma enxurrada de noticias ruins, recusas de resumos, de artigos. Dia das mães foi difícil. A saudade cresceu dentro do peito e tomou conta do quarto, da casa, do artigo, e até do clima frio lá fora. O sol do verão não se impôs como de costume. Tudo remeteu a uma ausência que me abraçou como uma sombra, da qual não pude me desfazer.

Senti na pele o distanciamento de alguns amigos. Me senti pela primeira vez sozinho. Estou preocupado com meus prazos, com minhas tarefas, não consigo dormir direito. Minha mente, sozinha no quarto escuro, teima em continuar trabalhando, viajando, falando, discutindo, examinando, sonhando acordada, e não dorme.

O mais importante, porém, foi tomar decisões, assumir novas posturas, rever conceitos, reinventar a maneira de viver. No momento mais que propício para encarar uma vida nova na nova vida, recebi com muita felicidade a notícia de que vou ser tio! A excitação é grande, estou ansioso pela chegada do meu sobrinho ou sobrinha.

Como já disse B. F. Skinner, as emoções são fortes indícios das contingências em vigor. Essas benditas contingências são muito novas, desafiadoras. Por mais incrível que pareça, elas me pedem pra fechar “gestalts” e abrir outras tantas que nem sei. No entanto, viver é um perigo sem o qual não é possível viver. Quando o coração sobressalta, temos certeza de que estamos vivendo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Karneval der Kulturen

 27.05.12 - Com a temperatura subindo nas “Zoropa”, o Beagle UK içou velas para outro porto. E para ser bem sincero, muito diferente dos anteriores. Enquanto, o destino dos outros passeios foram monumentos, museus, centros históricos, lugares sagrados. Desta vez, a coisa foi mais profana, por assim dizer.

Por meio do convite de um amigo que conheci ainda em Belém, Moritz, nos encontramos em Berlin, seu pais de origem, para curtir o Carnaval Cultural de Berlin, que apresentou a sua 16ª realização neste ano de 2012.

Moritz, me recebeu com a camiseta do Pará, e me senti muito honrado pela lembrança e carinho. Nos conhecemos por pouco tempo quando ele fazia o sanduiche em Belém, e eu estava me preparando para deixar a Mangueirosa, pra fazer o meu. Uma troca bastante justa, um europeu na América do Sul, um sul-americano na Europa!
Assim que cheguei, Moritz e seu amigo Akadi me ofereceram uma cerveja alemã que instantaneamente fez sumir a minha dor no joelho! Não me perguntem como! Mas o efeito se reproduziu nos dias seguintes kkkk. De lá, fomos pra uma espécie de pub alemão, com uma boate, onde tocaram boas músicas e “bons drink”. A empolgação era tanta que decidimos ir pra uma boate de verdade, de onde só saímos às 5 da madruga, com o dia já claro desde às 4h!!!

Pra não dizer que foi só arruaça que fui arrumar praquelas bandas, na manhã seguinte, nós 3 partimos pro Carnaval Cultural, onde no sábado havia uma grande concentração de barraquinhas com todo tipo de venda, desde bolsas de couro até comidas típicas de vários lugares. Me senti na Praça da República hehehe.
A proposta segundo eu entendi é celebrar a diversidade cultural do mundo e da cidade de Berlin que me pareceu ser de fato a mais diversa etnicamente da Europa, até o momento. Para quem quiser dar uma conferida no site do evento, segue o link: http://www.karneval-berlin.de/de/
À noite encontramos com P (Phellip – axo que é assim que se escreve), outro amigo do Moritz, e partimos pra outra balada com música dos anos 70. Muito boa por sinal! No entanto meu joelho já estava se tornando resistente à cevada germânica, e eu tive que repousar um pouco, embora o som rolasse solto e com muita cerveja eu vi quando “os alemão pira!”.

Na manhã de domingo, fomos assistir a Parada do “Karnavel der Kulturen”, com bandas e blocos de diversos países, muitos dos quais possuem uma grande comunidade em Berlin e na Alemanha. Um carnaval bem diferente do que estamos acostumados no Brasil, mas muito bonito de se ver, especialmente pela sua proposta, considerando os movimentos nacionalistas existentes hoje na Europa.
Pra quem acha que foi uma visita muita rápida, aguarde. Em breve teremos mais noticias da maior potencia econômica da Europa, hehehe.

Seguem os vídeos registrados durante o evento:


domingo, 13 de maio de 2012

Na metade do caminho

 (my British style)

13.05.12 - Quem diria que passaria tão rápido? Nesse ínterim de Novembro para cá, tantas coisas já aconteceram que não parecem caber em seis meses. O desafio de se adaptar numa terra estranha, numa cultura diferente. Um sotaque que não aprendi a diferenciar, tudo foi muito novo. Até hoje, quando peço um almoço ou jantar, não sei o que vai chegar na mesa... Mas isso são detalhes já descritos em outro post.

Finalmente, conheci o Dunbar, com o qual só trocava emails por 4 anos! Aquele “Finally, we met”, foi muito engraçado. Robin é sarcástico e irônico, acho que é por isso que nos damos bem, haha.

Dormi nas camas podres de albergues, comi incontáveis subways. Senti frio até na alma, meus pés quase congelaram. Adoeci, fiquei carente, me perdi. Já andei até criar calos, e os calos sangrarem. Foi quase uma peregrinação. Já fui expulso de ônibus, já entrei em ônibus sem pagar. Quase, não entro no aeroporto de Paris pra voltar, pois não tinha ticket, não tinha onde comprar. Pela bondade de um rapaz, que me deu um dos tickets que ele tinha, eu entrei e tudo deu certo! Eu peguei o inverno mais “quente” dos últimos tempos, e a primavera mais fria dos últimos anos...não choveu por meses, agora não pára de chover! This country has an unpredictable weather!
É, foi errando e acertando que tudo deu certo. Achei um quarto quando tava desistindo...alias quase desisti muitas vezes, mesmo em Belém. Alguns sabem o sufoco que foi...Mas nem tudo são martírios. Tudo isso eu fiz em cidades lindas, limpas, organizadas e com pessoas muito bem educadas. Conheci pessoas muito legais, fiz amigos (apesar de serem poucos e de terem demorado pra chegar, haha).
Com eles tenho rido como nunca mais, estamos até fazendo exposições de nossas fotografias. Nada profissional, mas é estimulante.

As coisas estão indo bem, apesar da saudade estar aumentando...mas o coração é forte e aguentou bem. Que venham mais seis meses, mais viagens e mais estórias pra contar.